FESTA DA CERÂMICA

APRESENTAÇÃO PÚBLICA

O Projecto Caldas da Rainha Cidade Criativa teve outras designações até à atribuição do título de Cidade Criativa, pela UNESCO.

Inicialmente denominado de Festa da Cerâmica, que mais tarde passou a designar-se MOLDA, o projecto e inicial programa do evento, teve a sua apresentação pública a 14 de Março de 2016, no edifício da Câmara Municipal das Caldas da Rainha.

“AFIRMAR A SINGULARIDADE DAS CALDAS DA RAINHA COMO UM DOS CENTROS DE PRODUÇÃO CERÂMICA MAIS ANTIGOS”

Mais de 30 iniciativas fizeram parte do projecto que se desenrolou ao longo de 2016 e anos seguintes, envolvendo diversos parceiros e, segundo o comissário do evento, João Bonifácio Serra, visou “afirmar a singularidade das Caldas da Rainha como um dos centros de produção cerâmica mais antigos”.

À produção cerâmica juntaram-se – ao longo dos tempos – outros elementos como a componente artística, a formação profissional com ligação ao mundo industrial, a formação académica, museologia, e relevantes espólios de colecções públicas e privadas, entre outros.

“Tudo se conjuga”, continuou João Bonifácio Serra, “há poucas cidades que tenham um conjunto tão coeso e que faça tanto sentido de actividades em torno da cerâmica”, afirmou.

Caldas da Rainha tem o contexto perfeito para promover um projecto que envolverá todos os tipos e dimensões da produção cerâmica, industrial e artesanal, utilitária, decorativa e artística. E prestará uma especial atenção às diversas modalidades da presença da cerâmica no espaço público, impulsionando ainda estudos que aprofundem os diferentes aspectos da produção e as acções de que possam resultar uma valorização dos produtos cerâmicos.

As primeiras iniciativas decorreram entre Maio e o final do ano, envolvendo a autarquia, escolas, museus e coleccionadores particulares.

Pensou-se que a festa teria uma realização anual, mas com diferentes programações nos anos ímpares e nos anos pares.

Neste último caso programaram-se iniciativas mais visíveis para o público, como exposições internacionais, conferências, ‘workshops’ e edição de publicações (como livros, revistas ou cronologias) ligadas à cerâmica.

A Escola Superior de Artes e Design, que comemorou 25 anos de actividade, no ano de 2016, foi a escola convidada, sendo responsável por duas das exposições (uma de trabalhos de antigos alunos e outra de práticas pedagógicas).

A colecção de cerâmica adquirida pelo município à fábrica Molde, uma colecção particular de João Maria Ferreira e projectos de design contemporâneo de cerâmica completaram o programa em termos de grandes mostras a decorrer entre Julho e Setembro.

Foi também pensada na abertura de uma “open call” – iniciativa em que ceramistas de todo o país se podiam candidatar com projectos para serem realizados (nos anos ímpares) -, a abertura de uma loja do ceramista, residências para ceramistas e o lançamento da primeira edição das Olimpíadas de Cerâmica, abertas a escolas de todo o país.

Rafael Salinas Calado, especialista em história da cerâmica, e Ferreira da Silva, ceramista falecido no início do mês e que deixou uma vasta obra ligada à cidade, seriam dois dos nomes evocados na primeira edição do certame.

O presidente da câmara, Fernando Tinta Ferreira, adiantou que, a par da possibilidade de algumas iniciativas gerarem receitas, o município pretendia candidatar-se a fundos comunitários para comparticipar o investimento, nomeadamente “através do recurso ao Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU), que prevê a aquisição de edifícios para acolher artistas e produção ao vivo”, concluiu.

Até 2020, a autarquia previa que fosse investido cerca de um milhão de euros na globalidade das iniciativas que integraram este Projecto, cujas experiências e as realizações acumuladas deverão conduzir à apresentação, em 2020, de uma candidatura das Caldas da Rainha ao título de cidade criativa reconhecida pela Unesco.