23 E 24 DE MARÇO | Centro de Artes das Caldas da Rainha
É já nos dias 23 e 24 de Março que a CENTRA – Associação dos Amigos do Centro de Artes, com o apoio da Câmara Municipal das Caldas da Rainha e integrado no Programa da UNESCO: Caldas da Rainha Cidade Criativa, propõe a realização da Segunda Edição do evento que reúne dois dos sectores de maior relevo e tradição do Concelho: a cerâmica e a cutelaria novamente de mãos dadas com boa gastronomia.
Como já começa a ser hábito, o arranque da Primavera anuncia o evento “DOMAR O FOGO – Cutelaria, Cerâmica e Gastronomia”, no espaço do Centro de Artes das Caldas da Rainha. O fogo, elemento transformador por excelência, é tema inesgotável, permitindo uma enorme variedade de abordagens e a concretização de inúmeras ações. A cerâmica, a cutelaria e a gastronomia permanecerão como tema central da programação, porém nesta edição, irá se estabelecer um programa mais amplo e diversificado.
Centrada no fazer tradicional e na identidade portuguesa, destaca-se uma exposição única, integrada no Programa “Saber Fazer”, promovido pelo governo e desenvolvido pela DGArtes, que consiste no mapeamento e caracterização das artes tradicionais em território nacional, com o intuito de valorizar o Saber Fazer como um património cultural único. Trata-se de uma exposição itinerante, que terá a sua primeira apresentação ao público nas Caldas da Rainha.
Para esta edição alargou-se o convite também às Associações locais: DOCA, Armazém Zero, Lume, Artesãos Nisa, Lombo do Ferreiro e Colectivo 19 que irão trazer peças de autor, dos artesãos que mantêm a identidade e cultura tradicionais ativas, numa mostra do fazer artesanal e que podem ser adquiridas localmente.
Na área da cutelaria conta-se com a presença assídua do cuteleiro Paulo Tuna – um dos mentores do projeto – acompanhado do já repetente escultor e fundidor Renato Franco. Juntos, irão viajar no tempo, até à origem dos processos ancestrais da fundição do aço que servirá de base para a criação da lâmina. Conta-se ainda com um convidado especial: Fernando Cabral, cuteleiro de origem brasileira e especialista na arte de criar aço damasco, e que trará a estética dos padrões resultantes do processo de caldeamento de diferentes peças de aço, que se traduzem em lâminas com uma estética artística inigualável.
Na cerâmica, é presença obrigatória o oleiro Miguel Neto que irá mostrar os processos ancestrais de cozedura de cerâmica artesanal. Um momento que nos remete para um imaginário de feiticeiros e alquimistas à volta do caldeirão.
As artes plásticas também marcarão presença, com um apontamento de um artista em residência no Centro de Artes: João Paulo Feliciano: “How to Burn an Electric Guitar” será projectado no espaço exterior do jardim.
Na gastronomia, vai-se aguçar o apetite dos aficionados da boa comida ao lume. Pelas mãos de Edgar Reis, O Traçadinho; Ruben Ferreira, Paulo Santos (Forno do Beco) e Archil Shinjikashvili (Geo Wine & Supra) Vai-se embarcar numa viagem de sabores, que trarão propostas para todos os gostos, desde os tradicionais pratos de fogo às novas tendências vegetarianas e veganas.
Os mais pequenos são sempre bem-vindos. Durante a manhã de sábado vão poder pôr mãos à obra, modelar o barro e aprender a fazer pequenas criações através da transformação da matéria-prima, produzindo peças artísticas e decorativas.
Destaque também para a criação de um forno tradicional, que iniciará a sua construção nos dias que antecedem o evento e será inaugurado no decorrer do certame. Será feito com o tradicional tijolo burro, produzido num dos últimos fornos de tijolo tradicional do país que podemos encontrar no concelho das Caldas da Rainha. Nele serão confecionados pão e pizzas e outras iguarias por Paulo Santos.
Como não podia deixar de faltar, a música irá animar os dois dias de evento. No sábado haverá música de fusão de flamenco, jazz, ritmos latinos e a sonoridade dos Balcãs a marcarem o ritmo com a atuação de Flamen4et com Diego El Gavi. No domingo Tiago da Neta, em conjunto com os alunos do Conservatório das Caldas das Rainha, trazem os instrumentos e a música tradicional portuguesa, num dia sobretudo dedicado ao convívio familiar e comunitário. Mais do que um evento, irá se promover a transmissão e partilha de conhecimento, técnicas, métodos e tradições!