Os Municípios de Alcobaça e das Caldas da Rainha, em conjunto com a Associação Portuguesa de
Cidades e Vilas de Cerâmica (AptCVC), organizaram o 51º Congresso da Academia Internacional de
Cerâmica (AIC), que se realizou em Alcobaça e nas Caldas da Rainha, entre os dias 16 e 20 de
setembro.
A AIC, fundada em Genève em 1952, tem como objetivo estimular a amizade e a comunicação entre
os profissionais da área da cerâmica em todos os países. Reúne cerca de 1000 membros, entre
ceramistas, artistas, designers, autores, colecionadores, galeristas, conservadores, restauradores,
curadores, bem como um painel de instituições de prestígio. A AIC destaca-se também pelo seu
papel disseminador de cerâmica artística, promovendo congressos e simpósios internacionais, como
é exemplo este Congresso, que aconteceu pela primeira vez em Portugal, constituindo-se como um
momento de prestígio e honra para as cidades que o acolheram.
Dedicado ao tema “A cerâmica no mundo mediterrânico: da antiguidade à contemporaneidade”, o
Congresso contou com um rico e diversificado painel de comunicações, ao longo das quais foram
debatidas questões relativas à cerâmica, bem como um intenso programa cultural que permitiu aos
participantes conhecer a cerâmica nacional.
O Congresso inaugurou no dia 16 de setembro, em Alcobaça, contando com a inauguração da
exposição “A Cerâmica Mediterrânica e a sua influência global” no Armazém das Artes, visitas
culturais à cidade e arredores e por fim, um jantar da UNESCO no histórico Hotel do Mosteiro de
Alcobaça. No dia seguinte, as actividades decorreram nas Caldas da Rainha, incluindo os painéis de
debate no Centro Cultural e de Congressos, bem como a inauguração de três exposições, sendo elas,
a exposição ‘’Cerâmica Contemporânea Portuguesa dos Membros da AIC’’, a exposição ‘’Fusion of
Vision’’, dos membros da AIC da Benelux e a exposição ‘’Azulejo – Tiles Suitcase Exhibition From IAC
Members’’, de membros da Academia Internacional de Cerâmica.
Durante os dias em que o Congresso decorreu, foi ainda possível visitar um circuito de estúdios
abertos, onde os ceramistas das Caldas da Rainha abriram as portas dos seus espaços de trabalho e
convidaram o público a entrar, partilhando experiências e ideias. Além desta iniciativa, também os
comerciantes caldenses cederam os seus espaços para criar montras onde a cerâmica foi
protagonista, criando uma galeria pelas ruas centrais da cidade.
O programa de actividades do Congresso contou ainda com visitas a Lisboa, onde os visitantes
tiveram a oportunidade de conhecer e visitar o Museu Nacional do Azulejo e a Fundação Calouste
Gulbenkian.
O Congresso terminou no dia 20 de setembro e, como tal, realizou-se o encerramento deste evento
no espaço do Centro de Artes. Foi inaugurada a exposição “Uma Colecção de Arte Popular por Victor
Santos’’, patente na Casa Amarela e a exposição ‘’Cerâmica Contemporânea nas Caldas da Rainha –
Obras da Colecção Municipal’’, no Espaço da Concas. A noite foi marcada pelos discursos dos
presidentes dos dois municípios anfitriões, do presidente da AIC, dos representantes da AptCVC, bem
como pela presença de autarcas e representantes da cidade chinesa de Jingdezhen, aos quais foi
passado o testemunho do acolhimento da próxima edição do congresso, a acontecer em 2026.