João Gancho nasce a 01/06/1963, em Lisboa, mas, ainda bebé, foi para as Caldas da Rainha para casa dos avós. Os seus tios tinham uma olaria conhecida pelo nome de Bernardo Oliveira Medeiros, onde João, no intervalo das brincadeiras, foi tomando contato com os processos de trabalhar o barro. Uma aprendizagem autodidata que lhe proporciona um primeiro convívio com o material que lhe há-de marcar a futura vida profissional. Aos 18 anos vai cumprir o serviço militar, que o ocupa durante dois anos, no fim dos quais vai correr e conhecer mundo. Seguidamente, trabalha num atelier de cerâmica até 1989. Em 1990, estando de novo a viver nas Caldas da Rainha, matricula-se no Curso de Olaria, no CENCAL, onde tem como professores dois mestres: João Reis e Armando Reis. Mas recebe um novo chamamento do mundo e vai para Madrid trabalhar no atelier de Manolo Fernandez, conceituado artista com obra pública na capital espanhola. João Gancho regressa às Caldas da Rainha em 1992 e instala-se no antigo atelier de Alberto Miguel, no Avenal. De feitio irrequieto, em 2004/05, muda-se para o Vale do Couto. Faz entretanto uma pausa parcial na cerâmica e trabalha também no mar. Quando põe um ponto final nesta experiência, regressa ao barro. O ceramista usa como material preferencial o grés, misturado com chamote, material que aguenta altas temperaturas, sendo as peças assim produzidas muito resistentes. O seu trabalho tem por base formas tradicionais modernizadas na sua decoração graças à integração de novas texturas, como engobes, vidrados e vidros. João Gancho utiliza preferencialmente cores terra, o que faz com que as suas peças tenham forma simples em contraste com uma decoração moderna. Basta lembrarmo-nos de um prato raso, de grande formato, cuja base é formada por um arco iris em tons castanho neutro, nas mais variadas tonalidades. O artista, que é um utilizador da roda de oleiro, vende as suas peças no atelier, em várias cidades nacionais e no estrangeiro. Trabalha integrado no atelier Espaço Origami.